SR. PRESIDENTE, o Vereador subscrito vem à presença de Vossa Excelência propor que, após ouvido o Plenário seja encaminhado o seguinte.

Moção:

Com base no Art. 127 do Regimento Interno desta Casa Legislativa, propomos ao Plenário MOÇÃO DE RECONHECIMENTO à Sra. Lina Tonellato Borsato, pelos 100 anos, que comemorará em 18 de outubro de 2025.

JUSTIFICATIVA

            Nascida em Selva Del Montello, Comune di Volpago Del Montello, Província de

Treviso, na Itália, a imigrante Lina Tonellato Borsato nasceu em 18 de outubro de 1925.

Como todos os italianos que nasceram na década de 20, vivenciou a época da Segunda Guerra Mundial, a falta de terras, as opressões dos patrões e as dificuldades de sobreviver naquela Pátria.

Quando criança brincava com bonecas confeccionadas de palhas de milho ou velhos retalhos de pano.

Recorda do inverno rigoroso, onde toda a família tinha que se refugiar no estábulo, quando o tempo ficava muito frio e com muita neve. O estábulo era uma extensão da casa de moradia, muito bem organizado asseado, higienizado onde a limpeza era feita diariamente.

Em suas idas e vindas na velha bicicleta, Lina conheceu Ângelo Borsato, um jovem admirador, de quem começou a receber recados através de uma prima dele e também conhecida dela.

Foram uns três anos de namoro, e neste meio tempo Ângelo prestou serviço militar ao Exército Italiano.

Casaram na Selva Del Montello, em 1945. Após o casamento passaram a residir com os sogros, cunhados e cunhadas, formando uma grande família.

Em 1952, o casal Ângelo e Lina, os três filhos: Marcello, Letícia e Assunta, juntamente com os sogros e três cunhados casados, decidiram se Imigrar para o Brasil. O total de membros da Família de Guerino, sogro de Lina, era de 13 membros.

A ideia da familia era "far l'América", isto é ficar no exterior alguns anos e retornar para a Itália com muita riqueza.

De Genova na Itália onde embarcaram, desembarcaram no porto de Santos, Estado de São Paulo, onde ficaram num pavilhão repleto de emigrantes aguardando os fazendeiros de cafezais interessados em mão de obra.

Por lá ficaram uma semana e finalmente a família toda foi contratada para trabalhar, por um ano, em cafezais na região de Pirajuí, no interior do Estado de São Paulo. Findo o contrato de um ano na Fazenda para a qual trabalharam, ou iriam para outras terras no Brasil ou voltariam para Treviso, na Itália. Como o Angelo teve um vizinho com o qual fez o serviço militar na Itália e que soube que o mesmo residia no Rio Grande do Sul, mais precisamente em Bento Gonçalves e ficaram sabendo que em Alfredo Chaves, hoje Veranópolis, havia a possibilidade de terras para cultivar parreirais, de propriedade da antiga Companhia Vinícola Rio Grandense. Essas terras ficavam em Vila Azul, próximo da Estrada Geral, onde hoje mora a família Maragno. Ali morou toda a família com os 13 membros e se dedicaram ao cultivo de videiras, construção de taipas, plantio de milho e batatas.

Os cinco filhos que teve no matrimônio com Ângelo, lhe deram netos e bisnetos.

"Far l'Mérica"! O sonho que trouxe a família da Dona Lina para o Brasil. Nada foi fácil, nem sair da terra natal, nem chegar em terras brasileiras. A bravura, a fé e o trabalho foram a mola-mestra da família Borsato. As águas do Atlântico, durante a travessia, muitas vezes amedrontaram a mãe e os filhos, como as dificuldades da vida.

Mas o sol que nasce todos os dias, iluminou a Nona Lina e ela completará cem anos.

Presidente: Rodrigo Costa   

Vereadores: Clóvis Simioni              Pr. Elias Dornelles      Suzane Bertocco      

Rudivan De Lara      Vanderlei Zanotto (Chumbinho)       Eloi C. da Silva(Pantera Negra)

Adriane M . Parise                                        Cleverson Kufner (Fininho)